"O Leão abriu a boca, mas não produziu nenhum som: estava soprando, um sopro prolongado e cálido. O sopro parecia balançar os animais todos, como o vento balança uma fileira de árvores. Lá em cima, além do véu de céu azul que as esconde, as estrelas cantaram novamente: uma música pura, gelada, difícil. Depois, vindo do céu ou do próprio Leão, surgiu um clarão feito fogo (mas que não queimou nada). As duas crianças sentiram o sangue gelar-lhes nas veias. A voz mais profunda e selvagem que jamais haviam escutado estava dizendo:
— Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!" ...E aeee meus caros leitores e leitoras!!
Vamos para mais um post de aniversário?
Não sou o maior leitor de todos os tempos mas, de todos os livros que li, talvez nenhum me chamou a atenção como essa obra-prima do escritor britânico que chamavam de Jack, mas que se chamava Lewis. Um conjunto de histórias de "literatura infanto-juvenil" que é considerado um dos mais bem sucedidos da história contando com mais de 830 milhões de cópias vendidas mundialmente e traduzido pra mais de 60 línguas. É difícil encontrar alguém que não tenha ao menos ouvido falar. Mas antes de conhecer a obra, sejamos apresentados ao irlandês mais inglês de todos: Clive Staples Lewis.
O autor de família cristã nasceu em Belfast, Irlanda do Norte, no dia 29 de novembro de 1898. Desde a infância, onde já tinha adotado o apelido de Jack, era descrito como uma criança imaginativa e sonhadora. Perdeu sua mãe aos 10 anos de idade e isso o fez se voltar ainda mais ao já conhecido mundo dos livros, principalmente os de mitologia grega e nórdica, tão presentes nas histórias de Nárnia. Desde cedo tinha muito gosto pela literatura clássica e pelo estudo de línguas como o hebraico e o latim (que burrinho!).
Sua obra é significativa não só na literatura ficcional, mas também dentro da teologia, já que ele possuía formação nas duas áreas na Universidade de Oxford. Foi grande amigo de outro grande escritor, J.R.R Tolkien, o "pai" da série "O senhor dos anéis", sendo muito grande a influência da obra de um na obra do outro. Apesar de escrever para vários públicos sempre demonstrou sua paixão em escrever para as crianças, que têm o coração aberto à fantasia, sendo as únicas capazes de fugir de todas as tristezas e amarguras deste mundo como ele mesmo falava. Faleceu em 22 de novembro de 1963.
Agora, na ordem cronológica, vamos à obra de Lewis, feita para crianças de todas as idades:
O sobrinho do mago (1955): A primeira crônica narra a magnífica criação de Nárnia pela voz do leão falante. Os personagens principais do livro são Digory e Polly, duas crianças que sem querer conseguem encontrar a passagem para um mundo que liga todos os mundos. Digory é uma esperta e ativa, enquanto Polly é cuidadosa, em suas aventuras tem que aguentar o tio do menino, André, também conhecendo a personificação do mal, a feiticeira branca, também conhecida como Jadis.
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa (1950): O livro foi escrito em 1940 mas publicado apenas 10 anos depois. É o primeiro dos livros da série escrito por Lewis, que se inspirou em um sonho que teve aos 16 anos onde um fauno (ser mitológico metade homem metade bode) se encontrava com uma criança. O livro conta a entrada dos irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia Pevensie. Os irmãos, guiados pela mais nova, Lúcia, adentram numa Nárnia gélida dominada pela feiticeira branca, e mal sabem que eles são a esperança de todos os narnianos em trazer de volta a glória e o brilho de seu mundo. Edmundo mostra-se a princípio o mais descrente da existência desse mundo, e isso traz sérias consequências. Guiados pelos vestígios da presença de Aslan e pelos habitantes do mundo mágico, eles enfrentam o poder de Jadis.
O Cavalo e seu Menino (1954): Essa crônica se passa durante o reinado dos quatro grandes reis de Nárnia. Conta a história de Shasta, um garoto criado por pescadores, que para fugir de ser vendido como escravo, foge com Bri, um cavalo falante que anseia por voltar a Nárnia, sua terra natal. Shasta conhece Aravis e juntos seguem por uma viagem que reserva muitas aventuras e descobertas da origem do garoto.
Príncipe Caspian (1951): Na quarta obra, em ordem cronológica, temos as narrativas da segunda viagem dos quatro irmãos Pevensie à terra encantada de Nárnia, que não está tão encantada como quando a deixaram. Muitos anos se passaram e reina o esquecimento da glória narniana e seus habitantes são considerados até extintos. Eles são apresentados a um povo até então desconhecido e cheio de mistérios em sua realeza: os telmarinos. Caspian é o verdadeiro sucessor do trono de Telmar, mas vive sob as tiranias do seu cruel tio Miraz. Junto com os quatro reis e "sem a ajuda de Aslam" é obrigado a enfrentar o poderoso inimigo.
A Viagem do Peregrino da Alvorada (1952): Dessa vez, só os dois irmãos mais novos, junto com o primo porre Eustáquio tem a oportunidade de, junto com Caspian, desbravar os mares orientais à procura dos sete fidalgos de Telmar, enviados pelo pai de Caspian para vasculhar o mundo. Juntos enfrentam diversos perigos, conhecem lugares exóticos, passam diversas provações e muitas vezes dão de cara com a face do mal à bordo do Peregrino da Alvorada.
A Cadeira de Prata (1953): 70 anos se passaram em Nárnia e Caspian já é velho, seu filho Rilian é sequestrado, e quem sai à busca dele é Eustáquio, junto com sua amiga de escola Jill Pole. Ela recebe instruções de Aslan do que deve ser feito para encontrarem o jovem príncipe, e seguindo as pistas viajam ao norte de Nárnia, em terra de gigantes e seres do submundo na companhia do ilustre, mas não animado, paulama Brejeiro.
A Última Batalha (1956): Nos Últimos dias de Nárnia, reina Tirian no trono de Cair Paravel. Então, um macaco, utilizando-se da inocência de um burro, arranja uma forma de fazer narnianos e não-narnianos acreditarem num "retorno de Aslam". Com isso se instaura o caus, e o rei, preso pelos Calormanos, acaba convocando todos os amigos de Nárnia, desde Digory até Jill, para juntos acabarem com o mal que domina, sob a forma de Tash, o inimigo de todos, que sem querer, contribuíram para que ele se tornasse forte.
Muita coisa teria ainda pra se falar dessa obra tão rica. Pra quem quiser conhecer mais eu indico o site mundonarnia.com. Tenho certeza que depois que olharem vão logo querer ler os livros hehe. É isto minha gente.
Inté!!
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